2012/01/17
Gueixa : Uma Vida
Li este livro e fiquei um pouco baralhada.
Já li há muito tempo um outro titulo, que até foi produzido um filme baseado no mesmo, Memórias de uma Gueixa que gostei muito até.
Ao ler este, confesso que fiquei cheia de dúvidas, é inevitável compará-los não em termos de escrita é claro, mas em termos de contexto histórico. Ambos são passados no mesmo sítio, cidade, e no mesmo tempo histórico, antes e depois da grande guerra.
Este livro está melhor conseguido em termos técnicos e foca-se mais nos pormenores técnicos, práticas, conceitos, rituais... O outro relata-nos também alguns detalhes mas o tema central são os conflitos amorosos da personagem principal.
Sei por exemplo que neste livro fiquei a saber o quanto ganha uma gueixa, quanto custa uma festa em que elas participam, o n.º de festas em que uma mulher participa por noite, além do custo "legal" de uma festa, há também as gratificações etc etc. no outro livro nunca o ficamos a saber.
No inicio disse que fiquei baralhada porque há situações antagonistas do tipo, neste livro diz que uma gueixa pode se envolver amorosamente com quem entender, pode ser com o seu grande amor e que toda a comunidade pode o ficar a saber não tem de ser às escondidas, desde que esteja autorizada/abençoada pela Mãe ( que neste caso será a pessoa que a adoptou, ou seja, a dona da okiya em que trabalha). No outro livro não, até há um exemplo de uma das gueixas que se envolve com um homem (que de facto era o grande amor) e quando é descoberta e é expulsa.
Fico sem saber se uma gueixa pode ou não se envolver amorosamente num contexto sincero é claro.
Outro exemplo do outro livro. Diz-nos que quando se chega a altura de uma rapariga perder a virgindade, sendo esta (a virgindade) o bem mais precioso que uma mulher pode ter, é por isso negociado com todos os potencias clientes até se chegar à quantia mais elevada, sendo isso determinante para o estatuto que a gueixa passa a ter na comunidade. Aqui neste livro fala-se que tais práticas não acontecem na profissão de gueixa mas sim nas cortesãs da época, que muitas vezes acabam por se confundir por haver tantas semelhanças.
Gostei do livro, fiquei a saber um pouco mais sobre a cultura mais tradicional japonesa, apesar de ter ficado baralhada, e tudo o que pensava que já sabia afinal fiquei a saber que nada sei (como dizia Sócrates).
Também achei que o fim foi um pouco atabalhoado, tudo contado à pressa sobre pessoas que tinham até algum peso em toda a história, saltando muitos anos, mas também concordo que se calhar se nos fossem contar pormenores das mesmas,
podia se tornar um fim aborrecido.
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