2013/09/05

Nostalgia

Há dias assim...
leio muitas histórias aos meus filhos, uns de casa, outros da biblioteca.
Fui à arrecadação fazer uma limpeza e dei de caras com preciosidades (já nem me lembrava que os tinha)
livros antigos, agora designados vintage.
Anita, a coleção da formiga Cri-Cri, apesar de tantos anos passadas são livros que continuam super atuais, e às vezes melhores que muita coisa que para aí anda nas livrarias.

Estou a ler um livro que se chama Sociedade de Irmãos, não no sentido irmãos unidos por laços sanguineos, mas irmãos como comunidade.
Recomendo vivamente para quem quer compreender o porquê desta transformação tão rápida e brusca que se deu nos últimos 40/50 anos na nossa sociedade.
O porquê nos anos 60 o ideal era o amor paz, cooperação entre irmão, todos diferente todos iguais, sem stress, sem pressão, amizade... e transformou-se neste culto de morte, onde a maioria das pessoas anda armada, o culto de jogos em que quanto mais mortes e destruição melhor, premiscuidade e falta de ideais e a facilidadeque os jovens têm acutalmente para tudo, praticamente tudo lhes é oferecido de mão beijada por parte dos pais.
O autor fala-nos da ideia de os adultos cada vez mais terem vontade de regredir, tornarem-se em eternos adolescentes, não quererem crescer, cada vez parecerem mais jovens, chegarem a casa (ou às vezes nem sairem) e passarem o tempo e jogar ps/wii e coisas semelhantes, as crianças presenciam isto e pensam, realmente para quê vou crescer se o meu pai também não o quer fazer.
São raros já, por exemplo (segundo o autor), pai e filho que partilhem uma caixa de ferramentas, raro é o adolescente rapaz que sabe fazer algo, até montar uma estante do Ikea, por exemplo.
Rara é a rapariga adolescente que sabe cozinhar o básico, pelo menos para se orientar em caso de ausência dos progenitores.
Os miúdos hoje em dia não sabem fazer nada. (esta é a opinião do autor, eu não sei, pois não lido com muitos adolescentes)
Fala-nos do Gigante/Monstro que é a ganância e consumismo, do prazer imediato, e o que mais me tem tocado
é problema de os miúdos crescerem sem pai e cada vez mais sem mãe, o consumismo leva-nos a sair de casa às 8h da manhã e chegar às 20h da noite, as crianças pois claro ficam sozinhas entregues a si mesmo.
Para mim actualmente este é o grande problema. Sei por casos à minha volta que não é por necessidade,
é o Ego/Superego a falar mais alto, querem mais, muito mais, são os carros, as casas as viagens, as pessoas cada vez mais não conseguem viver com menos. Os valores que estão a passar são errados mas continuam cegas. Bem se calhar é a minha maneira de pensar que é "pequenina" sei lá como o antigo ideal Portugal dos Pequeninos, que não enalteço atenção, mas se querem escolher este caminho o melhor será não constituir familia, sei lá... faz-me imensa confusão deixarem as crianças aos avós às empregadas...
Pena o livro não aprofundar mais cada assunto, pois está a ser bastante interessante.



Sem comentários: